quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Trovadorismo (séc. XII-XV): Cantigas (poesia) e prosa medieval portuguesa (Primeira Época Medieval)


1.      Tipos de artista:
      Trovador: poeta, geralmente nobre, que compunha letra e música.

      Jogral, segrel, menestrel: Cantor de condição social baixa que se apresentava de castelo em castelo para o entretenimento da nobreza.

       Soldadeira ou jogralesa: Moça que tocava castanholas ou pandeiro ao mesmo tempo que dançava.

2.      Instrumentos: Violas de arco, cítaras, flautas, alaúdes, pandeiros, saltérios, gaitas e soalhas.

3.      Cancioneiros:

       Cancioneiro da Ajuda (com 467 poesias);
       Cancioneiro da Vaticana (com 1205 cantigas de 160 autores);
       Cancioneiro Colocci-Brancuti (ou Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa, com mais de 1550 cantigas).

4.      Marco inicial fora de Portugal:
1100-1210, Provença, sul da França.


5.      Marco inicial em Portugal:

A Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia, feita por Paio Soares de Taveirós em 1189, para alguns; em 1198, para Carolina Michaelis.

6.      Marco final em Portugal:
1418 ou 1434, “anos em que Fernão Lopes foi nomeado respectivamente guarda-mor da Torre do Tombo e cronista-mor do Reino Português” (INFANTE, 2001, p. 79).

7.      As cantigas

7.1. As cantigas de amor:
7.1.2.      Características:

       origem provençal;
       eu poético masculino;
       ambiente aristocrático;
       coita (sofrimento) de amor não correspondido;
       mulher em plano superior ao do apaixonado (exaltação da amada);
       idealização da mulher (da “senhor”);
       amor platônico e cortesão;
       vassalagem e tensão amorosas;
   
7.2. As cantigas de amigo:
       7.2.1. Características:

       eu poético feminino;
       ambientes naturais ou rurais;
       concepção mais humana do amor (possível prática do coito): amor correspondido;
       saudade do amado;
       presença de personagens confidentes (mãe da apaixonada, amigas, flores, ondas);
       paralelismo (repetição): estribilho (refrão).

      7.2.2. Tipos de cantiga de amigo:
            barcarola (marinha);
            bailia ou balaiada;
            alba, alva ou alvorada;
            cantiga de romaria;
            pastorela;
            cantiga de mestria (sem refrão).

7.3.As cantigas de escárnio:

       Satirizam os costumes, dos vícios, e dos excessos de cunho profissional dos jograis.  Criticavam as transgressões das camadas sociais privilegiadas.  Não revelavam o nome de ninguém; a crítica é indireta.

7.4.As cantigas de maldizer:

       Eram como as cantigas de escárnio, mas faziam críticas diretas: continham o nome da pessoa criticada.

8.            Alguns autores de cantigas:

       Bernal de Bonaval (séc. XII-séc. XIII);
       D. Dinis (1261-1325);
       Martim Codax (meados do século XIII-início do século XIV);
       Julião Bolseiro (séc. XIII);
       Rui Queimado (séc.XIII);
       Gil Peres Conde (viveu no séc. XIII);
       Paio Soares de Taveirós (séc. XII);
       Pero da Ponte (literariamente ativo entre 1235 e 1260).
       Airas Nunes (1230 - 1293)

            Transcrevem-se, a seguir, dois excertos do artigo acadêmico A violência simbólica no trovadorismo das cortes medievais ibéricas (séculos XIII e XIV), de José D’Assunção Barros:

Excerto I

O embate centralizador inicia-se em Portugal e Castela no momento mesmo em que se inicia o processo da Reconquista. Existem alguns momentos privilegiados para examinar este embate entre os setores favoráveis à centralização e os fatores que resistiam a esta mesma centralização régia. Para a questão mais específica que nos interessa — a da violência simbólica — um dos períodos mais interessantes para o estudo do centralismo monárquico nos reinos hispânicos é o momentum centralizador do Portugal e da Castela da segunda metade do século XIII. Reis como D. Afonso X de Castela, e D. Afonso III e D. Dinis de Portugal, edificaram uma estudada política de centralização que tinha grande preocupação com os desdobramentos culturais e imaginários da sociedade que pretendiam governar. Construíram para si uma imagem de
“reis sábios”, em torno da qual passaram a edificar uma corte sofisticada que pretendia se apresentar como um suporte cultural para a sua prática política centralizadora.
Desde cedo, estes monarcas viram a necessidade de caminhar não apenas em direção a um controle da violência militar, facilitado pelo seu papel de regentes máximos das operações militares da Reconquista. Era preciso caminhar também em direção a um “controle simbólico” da violência social. Para isso se prestou admiravelmente a difusão da imagem de um rei “árbitro de conflitos”. Em uma sociedade aristocrática em crise, pontuada pelas mais diversas rivalidades linhagísticas e internobiliárquicas, a imagem do “árbitro de conflitos” era um meio de convencer parte da nobreza acerca da necessidade de seu projeto centralizador.
D. Afonso X e seus contemporâneos de Portugal logo compreenderam que o movimento cultural dos trovadores, em vias de declinar em algumas partes da Europa, ajustava-se esplendidamente às estratégias culturais que poderiam beneficiar os seus projetos políticos centralizadores. O trovadorismo era um movimento poético-musical que atravessava todas as classes sociais, e por isso podia representar a pluralidade social. Trazer esta multiplicidade trovadoresca para dentro de suas cortes era trazer para ali o confronto entre os diversos tipos sociais, era criar um espaço especial, quase catártico, para este confronto. Era trazer para dentro da corte a pluralidade social e submetê-la à arbitragem real.
Daí que um movimento trovadoresco de corte “tardio” em relação aos seus congêneres europeus (ganha força precisamente quando o movimento trovadoresco provençal começa a entrar em declínio) tornase peça fundamental nestes “precoces” processos centralizadores que se dão nos dois reinos do ocidente hispânico. Enquanto em outras partes da Europa o trovadorismo havia sido um fenômeno feudal por excelência, no ocidente ibérico ele é claramente incorporado ao centralismo régio.

Excerto II

Trazer este disputatio lírico para dentro da corte significa trazer para o âmbito palaciano a “violência simbólica” do reino; significa criar um espaço especial, legitimado pela presença do monarca, para as disputas sociais; significa deslegitimar qualquer espaço de confronto externo ao paço. Trazendo a crítica social para perto de si, o monarca se previne de tê-la longe de si, na praça pública, onde fatalmente escaparia de seu controle e ganharia todos os ouvidos sociais. Dentro do paço, esta crítica relativamente livre é reeducada, atentando a certas regras trovadorescas e limitando-se a um palco e a um intervalo de tempo que coincide com os saraus palacianos.
É por isso que o monarca que rege um paço trovadoresco aceita com bastante tranquilidade as cantigas satíricas que são compostas e direcionadas contra a sua própria figura, que afinal de contas, por ocultos caminhos de constrangimento impostos pela proximidade do monarca, não serão tantas quanto as cantigas satíricas de alguns nobres contra os outros, de vilãos contra nobres, de jograis assoldadados contra vilãos e fidalgos, e assim por diante. Acima de todos estes conflitos, o rei poderá pairar como um árbitro que coloca a disputatio lírica em movimento. Isso não impedirá, por outro lado, que um ou outro trovador seja mais ousado na sátira contra o monarca.
Neste contexto e de acordo com estas motivações sócio-políticas, logo emergiria do universo satírico ibérico um gênero poético particularmente caro aos trovadores envolvidos na disputatio lírico. Trata-se das “tenções”. O gênero era já conhecido nas cortes provençais e na minnesang. A forma constituía-se basicamente de uma alternância de estrofes, onde um trovador respondia ao outro a maneira de um desafio. O dado fundamental é que, nas cortes feudais européias, mesmo que estas disputatios líricas envolvessem trovadores aristocratas e menestréis de categoria social inferior, o tema central da tensó jamais costumava envolver uma questão de fundo social. Discutia-se em torno da “amatória” (questões relativas ao amor cortês), ou então sobre “estilística” (um verso deveria ser transparente como as águas de um rio ou obscuro como as brumas de uma tarde de outono?).
Ao contrário, na “tenção” ibérica”, o conteúdo mais habitual é claramente social, gerador de confrontos de todos os tipos. Nos paços trovadorescos de Portugal ou Castela, era bastante comum que dois tipos sociais antagônicos, como um jogral assoldadado e um trovador fidalgo, duelassem liricamente com conotações sociais [...].

(BARROS, José D’Assunção. A violência simbólica no trovadorismo das cortes medievais ibéricas (séculos XIII e XIV). In: Revista Investigações. Pernambuco: UFPE, s.a., pp. 69-99. Disponível em: < https://periodicos.ufpe.br/revistas/INV/article/viewFile/1502/1170>. Acesso em: 31. Mar. 2020.)

Exemplos de cantigas medievais galego-portuguesas:

 Cantiga de escárnio

Ai dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv’en[o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
 
Dona fea, se Deus mi perdon,
pois havedes [a]tam gram coraçom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçom:
dona fea, velha e sandia!
 
Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
em que vos loarei todavia;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!

(João Garcia de Guilhade)

Paráfrase (ou “tradução”)


Ai, dona feia, foi-se queixar
que nunca a louvei no meu cantar;
mas agora quero fazer um cantar
em que a louvarei toda a vida;
e veja como quero eu a louvar:
dona feia, velha e insandecida!

Dona feia, que Deus me dê Seu perdão,
Pois a tem em tão grande coração,
Que quer que eu a louve nesta razão:
Quero louvá-la toda a vida;
E veja qual será a louvação:
Dona feia, velha e insandecida!

Dona feia, nunca a louvei
Em meu trovar, mas muito trovei;
Mas agora um bom cantar farei
Em que eu a louvarei toda a vida;
E lhe direi como a louvarei:
Dona feira, velha e insandecida!


(“João Garcia de Guilhade”. In: Cantigas Medievais Galego-Portuguesas. Disponível em: <https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1520&pv=sim>. Sem data. Acesso em: 26. Mar. 2020.)




Cantiga de maldizer
Paráfrase (ou “tradução”)
Quen a sa filha filha quiser dar
Quem a sua filha quiser dar
mester, que sábia guarir,
profissão que saiba enriquecer
a Maria Domingo’á-d’ir
até Maria Domingo há de ir;
deve ir que a saberá bem mostrar,
deve ir que, saberá bem mostrar
e direi-vos que lhi fará:
e lhes direi o que fará:
ante dun mês lh’a mostrará
antes de um mês mostrará
como sábia mui bem ambrar.
como sabe muito bem requebrar.

(Pero da Ponte apud OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de; REIS, Benedicta Aparecida Costa dos. Minimanual Compacto de Literatura Portuguesa: teoria e prática.  1ª edição.  São Paulo: Rideel, 2003, p. 51.)

Cantiga de amigo

Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
            e ai Deus, se verrá cedo!

Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
            e ai Deus, se verrá cedo! 

Se vistes meu amigo
o por que eu sospiro!
            e ai Deus, se verrá cedo!

Se vistes meu amado
por que hei gran cuidado!
            e ai Deus, se verrá cedo!

(Martim Codax apud OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de; REIS, Benedicta Aparecida Costa dos. Minimanual Compacto de Literatura Portuguesa: teoria e prática.  1. ed.  São Paulo: Rideel, 2003, p. 47.)

Paráfrase (ou “tradução”)

Ai, ondas do mar de Vigo,
se vistes o meu amigo,
dizei-me: voltará cedo?

Ondas do mar levantado,
se vistes o meu amado,
dizei-me: voltará cedo?

Se vistes o meu amigo,
aquele por quem suspiro,
dizei-me: voltará cedo?

Se vistes o meu amado,
que me pôs neste cuidado,
dizei-me: voltará cedo?

(Martin Codax. In: CORREIA, Natália, 1978, p. 76-7 apud  Minimanual Compacto de Literatura Portuguesa: teoria e prática.  1. ed.  São Paulo: Rideel, 2003, p. 19.)

Cantiga de amigo

Ay flores, ay flores do uerde pyno,
se sabedes nouas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?

Ay flores, ay flores do uerde ramo,
se sabedes nouas do meu amado!
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mẽtiu do que pôs comigo?
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mẽtiu do qui mi há jurado?
Ai Deus, e u é?

Vos me perguntardes polo uoss’amigo,
e eu bem uos digo que é sã’e vivo.
Ai Deus, e u é?

Vos me perguntardes polo uoss’amado,
e eu bem vos digo que é uyu’e sano.
Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é sã’e uyuo
e seera uosc’ant’o prazo saydo.
Ai Deus, e u é?

E eu bé uos digo que é uiu’ e sano
e seera vosc’ant’o prazo passado
Ai Deus, e u é?

(Dom Dinis)

Paráfrase (ou “tradução”)

Ai, flores, ai, flores do verde pinho,
Sabeis notícias do meu amigo?
Ai, Deus, onde está?

Ai, flores, ai, flores do verde ramo,
Sabeis notícias do meu amado?
Ai, Deus, onde está?

Sabeis notícias do meu namorado,
Aquele que mentiu sobre o que tinha combinado?
Ai, Deus, onde está?

Sabeis notícias do meu amado,
Aquele que mentiu sobre o que tinha jurado?
Ai, Deus, onde está?

—Vós perguntais pelo vosso amigo?
E eu bem vos digo que está são e vivo.
— Ai, Deus, onde está?

— Vós perguntais pelo vosso amado?
E eu bem vos digo que está são e vivo.
— Ai, Deus, onde está?

— E eu bem vos digo que está são e [vivo
E estará convosco antes do prazo combinado:
— Ai, Deus, onde está?

— E eu bem vos digo que está são e vivo
E estará convosco antes de terminar o prazo:
E eu bem vos digo que está são e vivo.

(Adaptado de “As Cantigas ou Cantares de Amigo — Literatura Portuguesa”. In: Portal Educação. Disponível em: <https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/as-cantigas-ou-cantares-de-amigo-literatura-portuguesa/31898>. Se data. Acesso em: 29. Mar. 2020.)


A ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia [cantiga de amor]

No mundo non me sei parelha,
mentre me for’ como me vai,
ca já moiro por vós — e ai!
mia senhor branca e vermelha,
               ro
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia!
Mao dia me levantei,
que vos enton non vi fea!

E, mia senhor, dês aquel dia’ai!
                ai!
me foi a mí mui mal,
e vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d’haver eu por vós guarvaia,
               lux
pois eu, mia senhor, d’alfaia
nunca de vós houve nen hei
valía d’ũa correa.


Paráfrase (ou “tradução”)

No mundo ninguém se assemelha a [mim,
Enquanto a vida continuar assim,
Porque morro por vós, e ai!
Minha senhora alva e faces,

Quereis que vos retrate
Quando eu vos vi sem manto.
Maldito seja o dia em que me levantei
E então não vos vi feia!

E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
Tudo me ocorreu muito mal!
E a vós, filha de Dom Paio
Moniz, parece-vos bem
Que me presenteeis com uma roupa,

pois eu, minha senhora, como mimo,
de vós nunca recebi,
Mesmo que sem valor.

(Paio Soares de Taveirós apud OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de; REIS, Benedicta Aparecida Costa dos. Minimanual Compacto de Literatura Portuguesa: teoria e prática.  1. ed.  São Paulo: Rideel, 2003, p. 39.)

A dona que eu am’e tenho por senhor [cantiga de amor]

A dona que eu am’e tenho por senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
                 se non dade-me-a morte.

A que tenh’eu por lume d’estes olhos [meus
e por que choram sempre
[amostrade-me-a Deus,
                 se non dade-me-a morte.

Essa que Vós fizestes melhor parecer
de quantas sei, ai Deus, fazede-me-a veer,
                 se non dade-me-a morte.
Ai Deus, que me-a fizestes mais ca a [mim amar,
mostrade-me-a u possa con ela falar,
                 se non dade-me-a morte.

Paráfrase (ou “tradução”)

A dama que amo e tenho por senhora,
mostrai-ma, Deus, se Vos for prazerosa
      esta súplica; se não, dai-me a morte.

Aquela que é luz destes olhos meus,
por quem choram sempre, mostrai-ma, [Deus
                           se não, dai-me a morte.

Essa que Vós me fizestes mais que a [mim mesmo amar,
mostrai-ma onde possa com ela falar,
                           se não, dai-me a morte.

(Bernal de Boaval apud OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de; REIS, Benedicta Aparecida Costa dos. Minimanual Compacto de Literatura Portuguesa: teoria e prática.  1. ed.  São Paulo: Rideel, 2003, p. 42-3.)

Prosa medieval portuguesa (séc. XIII/XIV-XV)

Hagiografias: Relatos sobre a vida dos santos.
Nobiliários (livros de linhagens): Registros genealógicos das famílias nobres.
Cronicões: Relatos romanceados de fatos históricos e sociais.
Novelas de cavalaria: Histórias de combates entre heróis e infiéis ou vilões.

Informações sobre as novelas:
Circunstâncias que prepararam o surgimento:
criação das primeiras universidades;
valorização da vida cortês;
espírito guerreiro da reconquista;
influência da Igreja Católica e das Cruzadas.

Origem:
Canções de gesta, antigos poemas de assuntos guerreiros.

Exemplo de canção de gesta do século XII:

Eu vos digo que nem comer, nem beber,
nem dormir têm tanto sabor para mim
como ouvir o grito ‘Para a frente’,
de ambos os lados, e cavalos sem cavaleiros
refugando e relinchando, ouvir o grito
“Acudi! Acudi!” e ver o pequeno e o poderoso
tombarem na grama das trincheiras e os
mortos atravessados pela madeira de lanças
adornadas com flâmulas.

(Bertrand de Born apud BARROS, José D’Assunção.)

Ciclos das novelas:

Ciclo clássico: Relativo aos heróis da mitologia greco-romana.
Ciclo carolíngio: Centraliza-se nas aventuras de Carlos Magno e seus guerreiros.
Ciclo bretão ou arturiano (o mais influente na literatura portuguesa): Gira em torno dos feitos do rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda.

Novelas de cavalaria marcantes do ciclo arturiano:

A Demanda do Santo Graal e Amadis de Gaula.

Referências bibliográficas:

ALVES, Ida et al.. Literatura Portuguesa II. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2013.

BARROS, José D’Assunção. A violência simbólica no trovadorismo das cortes medievais ibéricas (séculos XIII e XIV). In: Revista Investigações. Pernambuco: UFPE, s.a., pp. 69-99. Disponível em: < https://periodicos.ufpe.br/revistas/INV/article/viewFile/1502/1170>. Acesso em: 31. Mar. 2020.

COTRIM, Gilberto. História Global — Brasil e Geral.  8. ed.  São Paulo: Saraiva, 2005.

GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia.  (Tradução da versão alemã feita por João Azenha Jr.)  67ª reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

INFANTE, Ulisse. Curso de literatura de língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 2001.

OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de; REIS, Benedicta Aparecida Costa dos.  Minimanual Compacto de Literatura Portuguesa: teoria e prática.  1ª edição.  São Paulo: Rideel, 2003.

WILTISHIRE, Maria Lúcia et al.. Literatura Portuguesa I. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2013.

     

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