Objetivo geral:
Apresentar
e exemplificar os conceitos de arte e literatura e os fenômenos a eles
inerentes.
Objetivos específicos:
1º: apresentar e exemplificar o conceito
de arte e sua vinculação ao conceito de procedimento (modo de fazer) e
estética;
2º: enunciar as sete artes e suas
respectivas formas de expressão, isto é: suas respectivas matérias-primas (Isso
é importante porque está difundida a ideia de que o cinema é considerado a
sétima arte, do que se infere ou se deduz que há outras seis; além disso,
praticamente todas podem ser divididas em períodos ou escolas. E, uma vez que o
professor de língua e literatura é também professor de linguagem, é obrigado a
mencionar as diferentes formas de expressão com que se produzem discursos.);
3º: mostrar que a matéria-prima da
literatura é a língua (e não uma linguagem qualquer), e que ela recebe um
tratamento especial em algumas (ou muitas) passagens do texto, e não nele todo;
4º: expor a polissemia da palavra literatura e o significado que mais
interessa à aula;
5º: exemplificar a diferença entre
linguagem literária (estilo, modo de escrever, literário) e linguagem não-literária;
6º: distinguir o texto literário do não-literário
e a prosa dos versos;
7º: apontar a denotação e a conotação.
Na aula passada, aprendemos a
essência ou a ontologia da comunicação. Sabe-se que, em latim, a palavra esse
quer dizer ser, enquanto onto,
em grego, significa a mesma coisa. Em outras palavras: aprendemos de que é feita a comunicação: sua essência é
sua composição, e ela é composta pelo emissor, pelo receptor, pelo tema (ou
referente), pela mensagem, pelo canal ou veículo de comunicação e pela
linguagem.
Também aprendemos que a linguagem
exerce até seis funções: a função referencial, a função emotiva, a função
conativa (ou apelativa), a função poética, a função fática e a função
metalinguística. Mas o que é mesmo a linguagem?
Sabe-se que há várias linguagens,
que são conjuntos de sinais ou signos para a comunicação. Quando os signos são
linguísticos, é porque fazem parte de um idioma; por isso é arrazoado dizer que
a língua também é um instrumento da linguagem. Também é perfeitamente aceitável
dizer que a linguagem é o modo de usar a língua ou o idioma, de modo que
podemos definir uma linguagem literária e uma linguagem não-literária, ou seja:
podemos perceber um estilo literário ou poético em oposição a um estilo
prosaico, banal e não-literário.
Lembram que, certa vez, eu disse que
em Teresópolis, no inverno, faz um frio de congelar a alma? É até poético dizer
isso, não é mesmo? No entanto, essa frase é muito banal, muito comum, apesar de
ser eloquente (ou convincente). Pode-se dizer que falei bonito, e no entanto
não cheguei a produzir literatura; tampouco cheguei a sair do lugar-comum. Por
outro lado, num poema ou num conto, essa frase seria literária. Existem, é
claro, poemas e contos em que são usados frases e diálogos (conversas) bastante
banais e encontradiços no dia a dia e na padaria da esquina.
Estamos diante de um problema: o da
definição da palavra literatura. Tal palavra é
polissêmica ou plurissignificativa, porque carrega vários significados.
Entretanto, precisamos saber o que é e o que não é literatura, pois só esse
conhecimento poderá nos dizer que funções da linguagem, definidas por Roman
Jakobson, são usadas nos textos literários, que são divididos em gêneros,
conforme as explicações da próxima aula. Se existe uma linguagem literária, que
é o uso literário ou artístico do idioma, então tal linguagem deve acionar pelo
menos uma das seis funções da linguagem, e isso também depende da diferença que
há entre os textos literários e os não-literários. As funções da linguagem que
os textos literários usam nós analisaremos na próxima aula: agora, vamos nos
concentrar apenas na matéria abaixo.
As Artes
não-literárias e a Literatura
“[...] com dinheiro, pode-se adquirir um
quadro, mas só a educação artística permite entender seu significado, que é o
que permite apreciá-lo e valorizá-lo.”
(Inger
Enkvist, 2019, p. 31.)
O conceito de Arte
Não é fácil definir a arte, mas
existem critérios objetivos, e não apenas critérios pessoais ou apenas ligados
ao gosto de cada um, que a possam definir, ainda que haja muita subjetividade e
muito gosto pessoal para definir a arte. Eu mesmo cheguei a ouvir uma história,
uma anedota contada por um amigo meu:
Numa galeria, durante um vernissage,
dois senhores, dos quais um não enxergava tão bem, pararam diante de uma
parede. Disse um deles:
— Que lindo quadro! É magnífico!
Ao que respondeu o amigo:
— É só um aparelho de
ar-condicionado.
Nada impedia que o design do aparelho fosse agradável e
bonito, porém temos de admitir que ele segue uma lógica utilitarista: foi feito
para refrigerar o ar da galeria, e não para embelezá-la. Tal raciocínio também
vale para o pintor de paredes: pode deixá-las muito bonitas, mas mesmo assim
seu trabalho será diferente do de Leonardo Da Vinci, do de Monet e do de
qualquer outro grande ou famoso pintor.
Obviamente, como eu disse, apesar
dos critérios objetivos (que não dependem de opiniões nem de crenças pessoais),
não podemos descartar a percepção de cada um na hora de dizer o que é belo e
artístico. Além disso, a arte também pode lidar com o grotesco, com o que é
feio. A respeito da percepção, podemos dizer isto: “A educação em arte só pode
propor um caminho: o da convivência com as obras de arte” (Maria Aranha e Maria
Martins, 1986, p. 386). Obviamente, é necessário perceber as “que estão nas
ruas: certos edifícios, casas, jardins, túmulos. Passamos por muitas delas, sem
vê-las. Por isso, é preciso uma determinada intenção de procurá-las, de
percebê-las” (idem, ibidem, p. 387). No que diz respeito ao sublime e ao
grotesco (dois opostos),
O grotesco é um
olhar acusador que penetra as estruturas até um ponto em que descobre a sua
fealdade, a sua aspereza. A essa altura, o real antes tido como belo pode
começar a fazer caretas, o pesadelo pode tomar o lugar do sonho. Uma máscara
negra, um monstro gótico, obras de profunda inspiração artística, podem
situar-se na categoria do grotesco (Muniz Sodré, 1980, p. 72-3).
Já o sublime, apesar de também poder
gerar medo, não mostra coisas feias, como monstros e criptas, como nos ensina o
professor Maurício Menon (2007, p. 47):
Tome-se, por exemplo,
a descrição de uma personagem sendo perseguida em meio a uma paisagem, cortada
por serras escarpadas e nevadas, contendo abismos imensuráveis. A grandeza do
lugar gera nessa personagem um sentimento de incerteza, de terror, há uma
expansão dos sentidos dela face ao ambiente, aliado ao nervosismo da
perseguição. Um sentimento análogo ao vivido pela personagem pode também ser
despertado no leitor, dentro do pacto emocional que este faz com a leitura.
A estátua de uma gárgula, por exemplo,
pode me causar medo tanto quanto o barulho da descarga do vaso sanitário (do
qual eu sentia muito medo quando muito pequeno). Trata-se de duas coisas
grotescas. O alto de uma montanha, por sua vez, é sublime porque é bela a
paisagem, mas a possível queda também gera medo. A arte, de um modo geral, lida
com isso, principalmente a arte gótica.
De acordo com Maurício Menon (2007,
p. 19-25), o termo gótico tem como
origem a palavra gotar, que designava
um título escandinavo conferido a heróis de guerra e passou a nomear uma tribo
da ilha de Gotaland, na Suécia. Segundo Menon, o termo pode significar “eleito
a ser sacrificado” ou “aquele de Gotaland”. Uma fração da tribo teria ido à
região que hoje corresponde à Alemanha juntamente com as tribos de Ytar e Gutar
e formado os godos, unificados então pela mesma religião. A modalidade escrita
da língua desse povo, criada por um bispo da tribo, seria conhecida pelo nome
gótico.
Dividida em ostrogodos e visigodos
para efeito de defesa contra os hunos, a tribo dos góticos se espalhou: os
visigodos, godos nobres, passaram a viver na Transilvânia, ao passo que os
ostrogodos, godos do leste, foram para a Ucrânia. “Tais povos”, escreve
Maurício Menon, “viveram algum tempo dentro do Império Romano, alguns fazendo,
até, parte da elite militar desse mesmo Império. A união dessa elite com a
romana constituiu-se na geratriz da nobreza medieval” (2007, p. 19).
Até a invasão dos mouros, ocorrida
em 711, os visigodos mantinham autonomia na Península Ibérica desde 454. Já os
ostrogodos haviam se instalado na Itália, onde seu reino caiu em 553. Os
ostrogodos não teriam deixado marcas permanentes na cultura europeia, mas
exerceram uma função no sentido de que transmitiram as estruturas políticas que
os antecederam. No dizer de Menon, é provável que dessa herança histórica as
artes tenham herdado a definição de gótico.
O termo gótico passou a designar o estilo arquitetônico medieval do século
XII, “que ocorreu paralelamente ao estilo românico” (MENON, 2007, p. 20). Surgiu
primeiramente na França, razão pela qual a ele se atribuiu a noção de “à
maneira francesa”. “A arquitetura e a arte góticas tiveram seu início na
segunda metade da Idade Média e floresceram em formas mais criativas e
enérgicas a partir do impulso focalizado da Renascença, terminando nos anos
1500” (SNODGRASS, 2005, p. 147). Contudo,
quando os
autores renascentistas trataram de maneira desdenhosa a obra de seus
predecessores, [...] tal estilo foi chamado de gótico. Os arcos ogivais, as
abóbadas de nervuras e a decoração elaborada tinham uma aparência tão bárbara
para os renascentistas que estes, de forma pejorativa, disseram que tal arte só
pudera ter sido inventada pelos godos, daí o emprego do termo (MENON, 2007, p.
20).
Tal desdém pode ser explicado pelo
fato de a arte gótica ser urbana e burguesa, ao passo que a arte românica, tão
do gosto dos renascentistas, era monástica e aristocrática. Estamos, pois,
diante da crítica, que consiste em julgar ou avaliar a arte. Um grupo gostava
das artes góticas, enquanto outro não.
Caímos, mais uma vez, na questão: o
que é arte? O que não é arte? Se a arte não é boa, então não é arte? “E onde
começa a arte?”, pergunta Graça Proença (2010, p. 6):
[...] o ser humano sempre produziu e
sempre sem cercou de objetos sem utilidade evidente e imediata. Ao vê-los, é
inevitável que nos perguntemos: por que e para que teriam sido feitos? A busca
por respostas nos leva a uma constatação: o ser humano, seja de que época for,
cria objetos não apenas para se servir deles, mas também para expressar seus
sentimentos diante da vida.
Muitas dessas criações que
aparentemente não têm utilidade e por vezes não expressam uma clara intenção
são as obras de arte. Elas também nos
contam — talvez de forma até mais fiel que as primeiras — a história humana ao
longo dos séculos.
É possível estimar a época de uma obra
de arte pelo seu estilo ou estética. No rock,
por exemplo, é quase impossível não reconhecer uma canção dos anos 1980:
sabe-se que é daquela época, e não dos anos 2000.
A religiosidade não está apenas na
arquitetura gótica, com seus vitrais: também está na coreografia, que é parte
da dança. Com efeito:
Desde as “agitadas danças tribais
que precediam uma caçada” e “aumentavam o sentimento de poder da tribo” (Ernst
Fischer, sem data, p. 46), elas são vistas como o primeiro contato dos seres
humanos com a dança. Nossos ancestrais usavam-na para rituais, já que
As cerimônias
religiosas, com suas convenções estritas, realmente ajudavam a instalar a
experiência social em cada membro da tribo e a tornar cada indivíduo parte do
corpo coletivo. O homem, aquela fraca
criatura que se defrontava com uma natureza perigosa e incompreensivelmente
aterradora, era muitíssimo ajudado em seu desenvolvimento [...] (idem, ibidem,
p. 46).
“A realidade”, diz o autor (p. 47),
“virou mito, a cerimônia mágica virou encenação religiosa, a magia cedeu lugar
à arte”. Além disso,
O movimento
rítmico apoia o trabalho, coordena o esforço e liga o indivíduo ao grupo, ao
social. Toda perturbação de ritmo é
desagradável porque interfere no processo da vida e do trabalho; com o que
encontramos o ritmo assimilado nas artes como repetição de uma constância, como
proporção e simetria (Ernst Fischer, sem data, p. 45).
“Na relação entre os corpos”, dizem
Maria Aranha e Maria Martins (1986, p. 350), “resultam afecções, ou seja, é da
natureza do nosso corpo afetar outros corpos e ser afetados por eles”.
Portanto, a dança e, por extensão, as outras artes, até mesmo a arte literária,
afeta o corpo. Ainda que se faça a distinção entre o belo e o feito, o grotesco
e o sublime, as duas coisas são faces da mesma moeda. De qualquer forma, para
Platão, filósofo da Grécia Antiga, a educação deveria buscar o belo, o bom, a
verdade e a virtude. A arte, em tese (isto é: em teoria ou numa suposição),
deve atingir os ideais de Platão.
Por fim, pesa a diferença entre as
classes sociais: há quem diga que a arte é parte da cultura, e por cultura
entendemos o modo de viver de um povo ou de uma comunidade. Acontece que em
praticamente todos os períodos da história da humanidade sempre houve uma
camada ou estrato social que sempre se considerou melhor do que os outros: Na
Antiguidade, a elite eram os cidadãos, e poucos eram os cidadãos, ao passo que
muitos eram os escravizados (a escravidão, mil anos depois, seria reutilizada
por Portugal e por outros países da Europa, o que prova que às vezes a
humanidade cai no retrocesso, no atraso, e não no progresso ou no avanço).
Formavam a nobreza. Na Idade Média da Europa, a nobreza acreditava que sua
linhagem sanguínea e sua ancestralidade a tornavam superior aos plebeus, até
que, a partir do Iluminismo, em que houve a Revolução Francesa, passaram a
defender a meritocracia, que é o direito baseado no esforço, e não na linhagem
sanguínea. Hoje, a burguesia é a classe dominante, já que detém rios de
dinheiro no mercado financeiro, nas indústrias e no comércio internacional.
Cada elite acaba tentando impor a arte que mais lhe apetece às demais classes.
Eu, por exemplo, até o momento em que isto escrevo, nunca vi um filme de Godard
(pronuncia-se “Godar”), que supostamente é feito para a elite, e não para as
massas (a palavra massas, aqui, quer
dizer povão). Chego a dizer que o único “Godard” que conheço é o Goldar, dos Power Rangers. Com esse trocadilho, faço
uma piada, mas nem todos a entendem (até porque muitos não conhecem as
referências). Contudo, a arte é capaz de produzir conhecimento a serviço dos
que a produzem ou com ela interagem, como se vê nos estratos (ou camadas) mais
privilegiados da população. Thomas Mann,
autor do romance Doutor Fausto, na narrativa apresenta o
personagem Adrian Leverkünhn, um compositor que acredita que a arte precisa se
libertar
De ficar só com
uma elite a que damos o nome de “público”, pois esta elite em breve não mais
existirá e, de fato, atualmente não mais existe. E, quando ela deixar de existir de todo, a
arte ficará completamente sozinha, mortalmente só, a menos que encontre um
caminho para o “povo”, ou, para dizê-lo em termos menos românticos, a menos que
encontre um caminho para os homens (Thomas Mann, citado por Ernst Fischer em A necessidade da arte, sem data, p.
236).
Se uma suposta elite não gosta desta ou
daquela arte, esta última pode ser chamada de subarte, e assim se abre o debate da crítica especializada. (A
propósito: tomem muito cuidado com as expressões manifestações folclóricas e
manifestações culturais: geralmente são usadas por quem tenta esconder
ou atenuar, “diplomaticamente”, o preconceito contra artes populares.)
Obviamente toda forma de arte é o
resultado de um trabalho ou de um procedimento. Alguns chamariam o procedimento
de método, que seria o caminho que leva o artista à realização do que ele
guarda na mente; outros chamariam os procedimentos estéticos de técnicas. A
palavra arte, em latim, significa
técnica, e a palavra técnica vem do
grego. No entanto, por uma questão de terminologia, tanto para a literatura
quanto para as outras artes o método de trabalho é um conjunto de
procedimentos, que são a maneira de fazer. Tal maneira também recebe o nome de
estilo, que é o que se obtém quando se domina a estilística. Esta, por sua vez,
é o conjunto de regras pela obediência das quais se chega ao estilo ou
procedimento artístico. Para o artista, não importa só o que ele diz na obra de
arte, mas como diz. Trata-se da relação entre a forma e o conteúdo.
Diante de tudo quanto ficou dito,
podemos estabelecer a definição seguinte:
Conceito de arte:
É quase toda forma de expressão que, pela estética, agrade aos sentidos. É também um trabalho ou ato criativo
realizado pelo artista, movido que é por um impulso interior. Expressa
sentimentos, sensações e emoções. Pode explorar o sublime, o belo, mas pode
também abordar o grotesco, o feio. Pode ser dividida em períodos históricos e
em diferentes escolas, ou seja: em diferentes estilos de época, ligados que são
aos costumes de cada tempo, de cada cultura e de cada elite deste ou daquele
lugar. Podemos, pois, aceitar a divisão feita pelas professoras Ana Tereza
Pinto de Oliveira e Benedicta Aparecida Costa dos Reis (2003, p. 10), mesmo que
existam outras divisões ou listas:
As sete artes:
Música:
sua matéria-prima (linguagem) é o som;
Pintura:
sua expressão são as cores e a forma;
Coreografia:
sua linguagem é o movimento da dança;
Escultura:
sua expressão é o volume;
Arquitetura:
sua matéria-prima é o espaço;
Cinema:
usa imagens animadas e som;
Literatura:
a matéria-prima ou linguagem da literatura é a língua.
A palavra música vem
de musa. Nove eram as musas, cujo
patrono era Apolo. Pégaso, por sua vez, é o signo da poesia, da inspiração
poética e da inspiração artística de um modo geral: ele representa isso tudo. É
curioso notar que Apolo fosse pai de Esculápio. Este, por sua vez, era o deus grego
da Medicina. A importância de Esculápio está em que, segundo o dicionarista
Soares Amora, a semiótica é a análise dos sintomas. A literatura pode ser um
sintoma neurótico, embora Todorov não recomende que seja vista como se fosse
apenas um sintoma. Um autor com medo de fantasmas ou com certos traumas pode
descarregar esses tais em contos, poemas ou romances. Ora, a literatura não é
só isso: também é uma prática de linguagem, e portanto está lidada à Semiótica
e à Linguística. Como está ligada às musas, também está ligada a Apolo, pai de
Esculápio.
(É preciso distinguir língua de
linguagem. Linguagem até abelhas e cachorros têm. Mas língua é coisa exclusiva de humanos. Por
outro, linguagem pode ser também a maneira de usar a língua, e a literatura,
que é a arte da palavra, usa o idioma de modo especial.)
Alguns exemplos de arte: uma escultura de Auguste Rodin (1840-1917), autor
da escultura O Pensador (1888); o
balé de Maurice Béjat (1907-2007); um filme de Federico Fellini (1920-1993); um
desenho do próprio Pégaso; uma peça do bardo (poeta) ou dramaturgo inglês
William Shakespeare (1564-1616); a Catedral ou Domo de Milão, de estilo gótico;
a Catedral Metropolitana, de estilo aparentemente neogótico, de Vitória (ES); a
Igreja Notre-Dame la Grande de Poitiers, de estilo românico (1140); a música de
A Flauta Mágica (séc. XVIII), do
alemão Mozart (1756-1791); a Catedral de Petrópolis, de estilo gótico.
A Literatura
Se a Literatura é uma das sete artes,
então faz sentido que eu tenha definido o conceito de arte primeiro. Agora,
podemos nos debruçar sobre outra interrogação complexa: que é Literatura?
Já sabemos que linguagem também é o
modo de usar a língua, que é feita de signos linguísticos (também conhecidos
como palavras). Sendo a arte da palavra, a literatura é uma prática ou uso de
linguagem. O literato dá um tratamento especial ao idioma: serve-se da língua
para criar poemas ou prosa de ficção. Assim, cria a literaturidade, que é o
tratamento especial que dá ao idioma na hora de criar. A depender do nível de
engenho ou criatividade, causará no leitor o estranhamento, que é o que
acontece quando o leitor tem a impressão ou a sensação de ver o tema do texto
pela primeira vez ou passa a enxergar o tema do texto de forma inédita.
Se a literatura é feita apenas de
signos linguísticos, então é estudada pela Linguística? Sim, mas também existe
a Teoria da Literatura, que está dentro dos Estudos Literários e carrega várias
teorias literárias, que são necessárias à crítica literária. A Linguística
estuda a língua e todas as suas formas de uso; já a literatura aplica a língua
com criatividade e estética; e os Estudos Literários examinam apenas a
literatura. Lembrem-se daquele exemplo: Em Teresópolis faz um frio de congelar
a alma. Estamos diante de uma hipérbole, isto é: de um exagero que funciona
como figura de linguagem ou de retórica. A literatura sempre usa esse e outros
recursos.
Infelizmente, muitos dos últimos governos
do mundo todo têm se empenhado em tirar a Literatura do currículo escolar de
seus respectivos países. Não é por acaso que vemos pessoas cada vez mais irracionais.
Enfiaram o conteúdo da disciplina Literatura, que já foi uma disciplina escolar
autônoma, na disciplina Língua Portuguesa, como quem enfia uma peça de roupa de
qualquer jeito numa gaveta. Trata-se de um exemplo de desliteraturização, que é a perda do valor ou do prestígio da
Literatura.
Contudo, tentemos responder à
pergunta: “Literatura”, declara o britânico Terry Eagleton (2006, p. 14),
talvez
signifique [...] qualquer tipo de
escrita que, por alguma razão, seja altamente valorizada. Como os filósofos
diriam, “literatura” e “mato” são termos
antes funcionais do que ontológicos: falam do que fazemos, não do estado fixo
das coisas. Eles nos falam do papel de um texto ou de um cardo num contexto
social, suas relações com o ambiente e suas diferenças com esse mesmo ambiente,
a maneira pela qual se comporta, as finalidades que lhe podem ser dadas e as
práticas humanas que se acumularam à sua volta. “Literatura” é, nesse sentido,
uma definição puramente formal, vazia.
O teórico britânico faz uma advertência
sobre a fragilidade do conceito segundo o qual a literatura é uma escrita
imaginativa no sentido de ficção (2006, p. 13), já que é muito tênue a linha
que separa a ficção da realidade. “A distinção entre fato e ficção [...]”, afirma o mesmo Terry Eagleton,
“não nos parece ser muito útil” (2006, p. 2). E um dos exemplos disso é o fato
de que “até mesmo as notícias de jornal dificilmente poderiam ser consideradas
fatuais” (idem, ibidem, p. 2). Tome-se como prova cabal e emblemática da
afirmação britânica o infame caso brasileiro da Escola Base. É emblemático pelo seguinte conjunto de motivos:
comprova que a linguagem e a comunicação do dia a dia, que são permeadas pela
imprensa, não são neutras nem objetivas, de modo que a função referencial
(informativa) da linguagem dos textos jornalísticos, de que fala Roman
Jakobson, nem sempre é a que mais se destaca: a que mais se destaca é a função
conativa (apelativa) da linguagem, que consiste em criar dois efeitos: o de
convencimento e o de mudança de comportamento do público leitor ou ouvinte. Tal
mudança se deu na forma de violência e apedrejamento físico e moral da escola,
cujo nome a imprensa jogou à lama com a regularidade do sol: explorou o caso
que, no fim, revelou-se uma invenção — uma ficção que as massas tomaram como
verdade. Os donos da escola eram acusados de um crime que não tinham cometido. Curiosamente,
a ficção (quer seja literária, quer não seja) mostra o que é possível, e não o
que é real, mesmo que se sirva de alegorias, que são representações de seres ou
fatos reais. Em O Senhor dos Anéis
(1937-1949), de John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973), por exemplo, o malfeitor
Sauron seria uma representação de Hittler, que muito mal causou na Segunda
Guerra Mundial (1939-1945). Por outro lado, o autor de O Senhor dos Anéis (doravante OSdA)
nega que seu personagem seja uma alegoria. Estamos diante de duas tensões: 1. a
que existe entre a realidade externa e a realidade interna do autor; 2. e a que
existe entre a recepção da obra literária e a intenção do autor. Ora, OSdA é uma mensagem; Tolkien é o
emissor; o leitor, o receptor da mensagem.
Que fique claro que a literatura
também evidencia costumes sociais e fatos do seu tempo, já que a época de sua
criação condiciona o texto tanto quanto o exercício físico condiciona os
músculos. Se é verdade que o funk e o
rock dos anos 1980 são diferentes do funk e do rock dos anos 2000, obviamente o romance Dom Casmurro (1889), de Machado de Assis (1839-1908), é muito
diferente de O Diário de um Mago (1987),
de Paulo Coelho (1947). O primeiro é mais lido por certa elite, ao passo que o
segundo é mais lido pelas massas (ou seja: pelo povão). “Elite é todo o mundo,
menos eu”, diz a frase de um anônimo. (Se todos pensassem assim, ninguém seria
parte das massas, e todos seriam a elite.)
Há quem diga que funk não é música;
da mesa forma, há quem diga que Paulo Coelho não faz literatura: ele produziria
subliteratura, fancaria literária, paraliteratura ou literatura de massa. (Fancaria é o mesmo que trabalho
de baixa qualidade.) Geralmente, cada artista, quer seja artista da palavra,
quer não, acaba se filiando a uma escola, e por escola eu me refiro a um grupo que segue determinadas regras.
Machado de Assis está na escola do Realismo. Escola literária é o mesmo que período
ou estilo de época. Podemos até
falar em moda literária, já que o substantivo moda, neste caso, quer dizer escola. (Saibam que escola não é só um
prédio onde as pessoas estudam: é também uma moda ou corrente de pensamento. A
palavra escola vem do grego;
significa lugar de ócio, isto é: lugar de tempo livre: quem não tinha de fazer
o trabalho braçal na Grécia preenchia o tempo livre com os estudos.) Realmente,
o escritor é um estilista de palavras. (Se um país não tem uma identidade
nacional, não tem literatura, entendida nesta última frase como um sistema,
isto é: como um conjunto complexo, formado pelo público do país e por autores
de gerações passadas que tenham aberto o caminho para novos autores ou autores
novatos. É o que diz o crítico brasileiro Antônio Cândido, para quem a
literatura só é literatura como sistema quando, além da identidade nacional,
existem também os elementos seguintes: os autores, que são os comunicantes; as
obras literárias do presente, que são influenciadas pelas do passado, e que são
os comunicados; e o público leitor, que é o comunicando. Esse público é que
considera a obra literária e digna de atenção. Pode-se dizer que o que diz
Antônio Cândido é igualzinho a uma parte da Teoria da Comunicação de Roman
Jakobson: emissor (ou autor), mensagem (o texto literário) e receptor (o
público leitor). Nos primeiros anos da ocupação portuguesa e no tempo restante
da colonização, no território que hoje é o Brasil não havia tradição nem
identidade nacional; portanto, havia apenas manifestações literárias, e não literatura como sistema.)
Diante do exposto, podemos
estabelecer algumas definições para a palavra literatura.
Conceitos de literatura:
arte
da palavra;
conjunto
de textos literários produzidos num país no decorrer do tempo;
ensino
das primeiras letras;
conjunto
de textos imaginativos, valorizados e, em muitos casos, carregados de vários
significados (plurissignificação ou polissemia), representados por certos símbolos
ou imagens poéticas.
Reconheçamos as distinções abaixo:
Texto literário e texto não-literário
Texto literário: É aquele em que há estilo artístico (linguagem
literária) pela exploração das figuras de linguagem em algumas (ou
muitas) passagens (mas não no texto inteiro).
Pode ser produzido em forma de prosa de
ficção, dividida em
parágrafos, ou em forma de poema, dividido em verso ou versos. Trata-se de uma divisão baseada num
critério rítmico e num critério relativo ao uso do espaço da folha de papel ou
da tela limpa do computador.
Texto não-literário: É caracterizado por mais denotação e pouca conotação
(pouco sentido figurado). Tende a ser mais claro e objetivo do que o texto
literário.
É válido comparar a pintura com a produção de textos. O
pintor de paredes está para o redator assim como o pintor de quadros está para
o literato. Os quatro têm estética, mas de modos diferentes. O redator usa a
técnica de redação, que pode buscar exemplos na literatura; já o literato usa o
estilo ou os procedimentos estéticos da estilística, o conjunto de regras pela
obediência das quais o literato emprega o estilo literário ou a linguagem
literária. Para o estilista de palavras, não é importante apenas o que diz ou
escreve: também é importante a maneira como escreve. Trata-se, mais uma vez, da
relação entre o conteúdo e a forma.
Também é importante saber que o mero uso de figuras de
linguagem não faz com que o texto fique poético ou se torne literário: tais
figuras são usadas no dia a dia sem que as falas cotidianas se tornem poéticas
ou literárias: nem sempre embelezam a fala. Exemplo: O coração humano é uma
bomba. A metáfora (um tipo de comparação) é uma forma de cognição, ou seja: é
um modo de conhecer ou compreender o funcionamento do coração. (Existem três
tipos de figura de linguagem: figuras de pensamento, figuras de sintaxe e
figuras sonoras.)
Linguagem literária e linguagem não-literária
Exemplo
de linguagem literária:
No palco do céu, sem cortinas, está a
brilhar, linda, a lua,
E, mais do que nunca, pura, cheia e
alva.
Exemplo
de linguagem não-literária:
No
céu sem nuvens pode ser vista a lua cheia.
Denotação e conotação
Denotação: É o significado literal, o
significado primeiro de uma palavra ou frase.
Ex.:
Não encontro a chave do portão.
Conotação: É o sentido
figurado, conotativo, de uma palavra ou frase.
Ex.:
Não tenho a chave
do coração da minha bela, doce, pura, meiga e inocente Laura.
CONCLUSÃO
Toda literatura
é arte, mas nem toda arte é literatura.
Obviamente essa constatação só é possível com a educação a que se refere a
professora Inger Enkvist, cujo pensamento é a epígrafe do início desta aula.
Exercícios:[1]
1.
Correlacione as colunas:
1. Usa a forma e as cores. ( ) Escultura
2. Sua linguagem é o movimento. ( ) Música
3. Seu instrumento é a língua. ( ) Pintura
4. Seu veículo de expressão é o som. ( ) Coreografia
5. Depende do volume para ter
expressão. ( ) Cinema
6.
Sua linguagem é o próprio espaço. ( ) Arquitetura
7. Hoje, usa também o som; no passado, apenas
imagens. ( ) Literatura
2.
Questão não-obrigatória: Defina arte em, no máximo, três linhas.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.
(UFES)[2]“Mas que significam as palavras? Que
significam, na verdade, as palavras? Que
significa a palavra verdade, a palavra mentira ou a palavra amor?” (LYRA, Bernadette. A panelinha de breu.)
A afirmativa INCORRETA em relação ao
conceito de literatura é
a)
Literatura é a linguagem carregada de significado.
b)
No texto literário, as palavras possuem predominantemente sentido
denotativo.
c)
Em literatura, cada palavra tem mil faces secretas sob a face neutra.
d)
O texto literário é plurissignificativo, passível de várias
interpretações.
e)
A linguagem literária é predominantemente conotativa e metafórica.
Questões não obrigatórias:[3]
Para responder às questões abaixo, prezado aluno ou prezada
aluna, consulte livros ou sites
dentro de casa.
4.
Quantas e quais são as nove musas?
5.
Que relação mantêm elas com Apolo?
6.
Qual é a relação entre Pégaso e a poesia?
RESUMO
PARA A REVISÃO
1. A definição da
palavra arte, que é polissêmica (há
vários significados), enfrenta a questão dos gostos pessoais, ou seja: depende
da subjetividade de quem a define; no entanto, há critérios objetivos, que são
os que não dependem só de gosto, mas sim de teorias e critérios da tradição que
a educação artística nos proporciona.
2.A arte não
segue a lógica utilitarista: não precisa ser útil: as diferentes artes
expressam sentimentos, sensações e emoções.
3.Grosso modo, a
arte, que depende do impulso interior ou da inspiração, é o que, pela estética,
agrada aos sentidos.
4.A arte é criada
mediante o uso de procedimentos estéticos, que alguns chamariam de técnicas, já
que arte em latim quer dizer o mesmo
que técnica em grego; contudo, há
diferenças.
5.É dividida a
arte em épocas ou períodos. Como a sociedade é dividida em classes, uma elite
pode menosprezar uma arte por puro preconceito e chamá-la de subarte; a
crítica, por sua vez, fará o estudo e a avaliação de cada obra ou manifestação
artística. Preocupa-se o artista não apenas com o que expressa, mas também como
o modo como faz isso.
6.A prova de que
a arte carrega marcas da época em que foi criada ou da escola ou estilo a que
pertence podemos encontrar facilmente: o rock
dos anos 1980 podemos distinguir com certa facilidade do rock dos anos 2000.
7. A arte explora
o belo, o sublime, todavia também aborda o feio, o grotesco, e disso é prova o
Gótico.
8. Ana Tereza
Pinto de Oliveira e Benedicta Aparecida Costa dos Reis (2003, p. 10) apresentam
a lista das sete artes: música, pintura, arquitetura, escultura, coreografia,
literatura e cinema.
9. Todos os sete primeiros
itens deste resumo valem para a Literatura.
10. Existe a
desliteraturização, que é a perda do valor ou do prestígio da literatura.
11. O literato usa
a arte de escrever, ao passo que o redator usa a técnica de redação.
12. Por literatura
podemos entender: arte da palavra; conjunto de textos literários produzidos num
país no decorrer do tempo; ensino das primeiras letras; conjunto de textos
imaginativos, valorizados e, em muitos casos, carregados de vários significados
(plurissignificação ou polissemia), representados por certos símbolos ou
imagens poéticas.
13. Pode a
literatura ser entendida como sistema, desde que no seu território de origem
haja uma identidade nacional, um público nacional e autores de gerações
passadas que tenham aberto o caminho para novos autores ou autores novatos. É o
que diz o crítico brasileiro Antônio Cândido, para quem a literatura só é literatura como sistema quando, além da
identidade nacional, existem também os elementos seguintes: os autores, que são
os comunicantes; as obras literárias do presente, que são influenciadas pelas
do passado, e que são os comunicados; e o público leitor, que é o comunicando.
Esse público é que considera a obra literária e digna de atenção. Pode-se dizer
que o que diz Antônio Cândido é igualzinho a uma parte da Teoria da Comunicação
de Roman Jakobson: emissor (ou autor), mensagem (o texto literário) e receptor
(o público leitor). Nos primeiros anos da ocupação portuguesa e no tempo
restante da colonização, no território que hoje é o Brasil não havia tradição
nem identidade nacional; portanto, havia apenas manifestações literárias, e não
literatura como sistema.
14. A literatura
usa a linguagem literária, que é um tratamento especial dado ao idioma, um
tratamento que chamamos de literaturidade. Assim, pode ela gerar o
estranhamento, que é o que acontece quando o leitor tem a impressão ou a
sensação de ver o tema do texto pela primeira vez ou passa a enxergar o tema do
texto de forma inédita.
15. O uso especial
do idioma (a literaturidade) depende do uso de figuras de linguagem, mas não
encontramos esse tratamento no texto todo (pelo menos não na prosa); assim,
marca-se a diferença entre o texto literário e o texto-não literário.
16. Podemos
dividir a literatura com um critério rítmico e de disposição espacial (o uso do
espaço das linhas do papel ou da tela do computador) de modo a reconhecer dois
gêneros: a prosa, dividida em parágrafos, e o poema, divido em verso ou versos.
17. A literatura
tenta usar a polissemia ou a plurissignificação, ou seja: explora mais de um
significado da palavra.
18. A literatura é
feita apenas de signos linguísticos, então é estudada pela Linguística, mas
também existe a Teoria da Literatura, que está dentro dos Estudos Literários e
carrega várias teorias literárias, que são necessárias à crítica literária. A
Linguística estuda a língua e todas as suas formas de uso; já a literatura
aplica a língua com criatividade e estética; e os Estudos Literários examinam
apenas a literatura.
19. Podemos
identificar duas tensões: 1. a que existe entre a realidade externa e a realidade
interna do autor; 2. e a que existe entre a recepção da obra literária e a
intenção do autor.
20. Para o
artista, não importa só o que ele diz na obra de arte, mas como diz. Trata-se
da relação entre a forma e o conteúdo.
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[1] Gabarito: Questão 1: 5, 4, 1, 2, 7, 6 e 3; Questão 2: resposta pessoal; Questão
3: b.
[2] Questão retirada da página 24 da
1ª edição do Minimanual Compacto de
Literatura Portuguesa.
[3] Gabarito das três últimas
questões: Questão 4: Nove eram as
musas: Clio, musa da História; Euterpe, da música; Talia, musa da festa;
Melpomene, cantora da tragédia; Terpsícore, da lírica coral; Polímnia, musa da
retórica; Urânia, musa da astronomia; Calíope, da poesia épica. Questão 5: Apolo era patrono ou
padrinho das nove musas. Questão 6:
Pégaso teria dado um coice numa fonte, a Fonte de Hipocrene, que seria causa ou
fonte de inspiração poética ou artística.
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